Maternidade Zumbi
Apesar da morte, ela não se rende... Caminha com o que resta de seu corpo meio ao cheiro putrefato, com o único objetivo de não sucumbir à escuridão.
Mesmo com seus reflexos entorpecidos ela pressente os vultos e o doce aroma da carne fresca a convida. São dois outros corpos menores que se movem pela velha mobília de madeira, e embora sua massa cinzenta não registre, aquele cheiro de óleo de peroba lhe é mais íntimo que qualquer coisa.
Novamente seus instintos lhe direcionam, e o corpo morto se inclina sobre a estante e destroça a porta pegando um dos pequenos pelo pescoço e abrindo a mandíbula para alimentar-se...
Naquela noite, apenas mais uma palavra soou como um gemido... Mamãe!
E depois gritos e depois silêncio...
Autor: Felipo Bellini Souza Data: 23/06/2011 Objetivo: felipobellini.blogspot.com
Comentários
muito bem escritos e bastante criativos!
o/