Lei de Murphy
Tic tac, tic tac, tic
tac! O relógio não parava... Era como se o tempo passasse de pressa, mas
o ponteiro não girasse. E naquela agonia, ele se roía, apertando os bolsos da
calça e forçando a ponta do sapato contra o chão...
Então, depois de outros tic e tacs, e de uma halls finalizada, ele viu
o que tanto esperava... Ela era linda e vestia-se com roupas casuais, mas bem
transadas, em um jeitinho sem maiores pretensões em que tudo pode acontecer.
E se dependesse dele, mesmo que ela não tivesse intenções, ele as
tinha, e como tinha. Havia esperado muitos outros tics e tacs, dias e
oportunidades quebradas por aquele encontro único e oriundo de uma sorte
imensamente trabalhada.
Mas o que é improvável e batalhado sempre acontece, e quando ela chegou
mais perto, bem perto a ponto dos rostos se tocarem e o comprimento que nunca
antes ocorrera se suceder, o cheiro de perfume lhe subiu às narinas, e sem
condições de controlar, mesmo que mordesse a sua boca e sangrasse os lábios, a
médida que o estratégico beijinho na face se desmanchava aquele barulho
estridente e repulsivo soava como um projétil ao ouvido da dama.
Atchin!!
.
.
.
E claro que Murphy não iria usar de sua sutileza com o pobre homem...
...Eca! Catarro! Seu porco! Paff!
Autor: Felipo Bellini Souza Criação: 28/11/2011 Objetivo: www.felipobellini.com
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