Esporte: forte formador de cidadão!
Boa
tarde, caros leitores!
Vocês
saberiam me dizer como formar um cidadão?
Estamos
cansados de ver como plateia, na primeira fila, as nossas crianças tomando o
caminho errado da vida. Adolescentes cada vez mais incorporados ao tráfico,
envolvidos com a criminalidade, meninas perdendo a pureza para o lado obscuro
da prostituição infantil. Muitos podem dizer que isso vem de dentro para fora
de casa. Ou até mesmo que, por causa da pobreza, a solução é recorrer ao
imundismo que se tornou o mundo. Crianças não são mais crianças.
Cada
vez mais cedo estamos vendo as crianças e adolescentes fazendo trabalho de
adulto. Isso é justo? Não! Podemos fazer algo? Difícil! Mas é possível.
Em
nosso País o Esporte é praticado assiduamente. As brincadeiras são feitas para
que as crianças sejam realmente crianças. Vários são os projetos e ações
sociais que tiram crianças (por um momento) das ruas e, através de uma bola,
uma simples quadra, tornam aquele momento único e mágico.
Semana
passada, passando por um campinho aqui perto de casa, vi um Senhor dando aula
para 14 crianças (eu contei). Pensei que era alguma aula de educação física. Fui
até mais perto e vi que não havia fardas, tênis, roupas condizentes para a
prática do esporte. Como grande curioso que sou, fui até lá e perguntei ao
Senhor (Edmílson) o porquê das crianças estarem sem uniformes adequados. Ele
olhou para mim e disse: alguma vez você já viu o potencial em alguma criança de
rua que não seja roubar? Engoli aquilo no seco. O Senhor Edmílson, relatou após
a brincadeira de futebol, que aquelas são crianças dos condomínios por perto
que ele convidou para uma aula, grátis, apenas para saírem um instante das
ruas. Ele convidou cada uma para apenas uma aula. Claro, com o consentimento
dos pais de cada um.
Na
primeira aula 8 crianças compareceram. Ele pôde ver nos olhos de cada uma o
desejo em ser criança, de aprender coisas novas. Foi através do esporte que o
Sr. Edmílson teve essa brilhante ideia 10 anos atrás. Um ato totalmente
voluntário que visa não apenas tirar crianças das ruas ou descobrir futuros
potenciais atletas, mas, principalmente, ensinar os valores sociais e
familiares para que cada um possa se tornar um cidadão de bem e honrado. Ao
invés de notas, aplausos. No lugar da matrícula, um lanche. Na parte do erro,
menos cobrança e mais incentivo.
A
partir da segunda aula, devido ao incentivo e boa conduta do “professor”, as
crianças foram sendo atraídas para o pequeno campinho de areia e juntas,
estavam ali apenas para jogar futebol, vôlei, queimada, bandeirinha, etc.
Fiquei impressionado quando soube que uma delas, de apenas 14 anos, era usuário
de maconha. Quando soube do “programa” do “professor”, passou a freqüentar
todas as aulas, tirar boas notas na escola, ter maior concentração. Confesso
que as lágrimas não caíram em meu rosto. Mas por dentro eu estava totalmente
emocionado.
São
apenas 14 crianças. Mas são 14 crianças aprendendo as lições e valores que uma
criança deve aprender. Através do esporte elas passaram a sair das ruas e
simplesmente começaram a praticar esporte. Há quem diga que o futebol são
apenas 22 pessoas correndo atrás de uma bola. Há ainda quem seja insensato
dizendo que o esporte incentiva e acirra ainda mais a enorme competição entre
as pessoas. Será mesmo? Será que educar nossas crianças através de ações como
essa do Sr. Edmílson, através do esporte, não seria uma força a mais para os
cidadãos em formação? Claro, o número de crianças é irrisório perante os
milhares que estão “jogados” por aí. O que vi naquele campinho não era nada
parecido com competição. Ao contrário, vi respeito. Vi mais respeito ali do que
em algumas atitudes nossas do dia-a-dia.
Queria
eu que atitudes como essa servissem de exemplo para que todos possam colocar em
suas cabeças: Sim! Há solução. Buscar a educação através do esporte além de ser
prazeroso é extremamente oportuno para a formação dos futuros médicos,
advogados, engenheiros, turismólogos, etc. O esporte é mágico, é divertido, é
motivador, é EDUCADOR. Praticar esporte é ser uma eterna criança. É a ação mais
bonita e solidária que eu, Raniery Medeiros, já presenciei. Ação social não é
apenas doar dinheiro para uma instituição, mas também, saber o que fazer para
que esse dinheiro possa, diretamente, tornar uma criança um cidadão de bem...
um ser humano bem educado e respeitador. O Esporte alimenta a perseverança. O
esporte é MÁGICO. O esporte é SOLIDÁRIO. E acima de tudo, ele é formador de
opinião, decisão e de cidadão. Que DEUS abençoe o Sr. Edmílson e outros
afortunados que, assim como ele, enxergam nos olhos de uma criança (de rua), um
futuro cidadão de bem.
Comentários
Parabéns mesmo!
Abraços!
;*
Fernanda Ferreira
Parabeens ao Sr. Edmílson;
e parabeens a você, Rany, pelo texto - tao bom quanto o primeiro!! ^^
Sempre há uma saída, né, basta acreditar e ter iniciativa. Concordo com o que Ralyson disse, poderia haver mais Edimilson por ai, talvez o número de crianças de rua fosse bem menor.
Adorei sua publicação, de muito valor e super interessante.