17º Mundo Cão - A Arte de Ser do Contra


Tem gente que confunde indústria com nacionalismo. Nos últimos dois dias, como se já não bastasse o excesso de parcialidade em um programa jornalístico-informativo das manhãs semanais natalenses – entre segundas e sextas-feiras –, nos últimos meses, veio à tona uma série de críticas severas contra a postura tomada pelo Itamaraty na questão “recirpocidade” ao embargo na entrada de espanhóis em território brasileiro.

Como assim? Durante anos, brasileiros e brasileiras foram chutados, pisoteados e humilhados publicamente em aeroportos hispano ibéricos e, agora, que a diplomacia tupiniquim adota postura recíproca e definitiva, no que diz respeito à falta de respeito ao turista e imigrante brasileiros, vêm meia dúzia de “cidadãos da terra” requerer, publicamente, explicações lógicas frente à postura adotada por nossa nação contra este tipo de abuso.

Quem eles pensam que são, senão, um grupinho vendido de pessoas, metidos a jornalistas (ou locutores de rádio) e que se dizem defensores do interesse público? O que têm mostrado é que não passam de gatinhos mimados, com um discurso radical, parecendo mais um bando de defensores tendenciosos dos interesses de quem tem pouco a dizer. É como se falassem demais por terem nada a dizer (adaptado de Renato Russo). Mas, tentam entortar a opinião pública...

Eles queimam mais a própria imagem, a marca do grupo para qual trabalham, prestam seus serviços (sei lá, uma coisa ou outra...), nesta intentona desgraçada do que na defesa de um grupo político nada querido por mais de 90% dos cidadãos que moram nesta cidade (como também o fazem), por exemplo. Antes de tudo, eles têm que ter o norte de que estão a lidar com informação, têm que ser parciais. Não sabem que coluna social, antes de mecanismo de informação, alia-se ao objetivo crítico de emitir opinião sobre um fato ou uma série de acontecimentos? Informar está muito além disso.

Defendem mudança de postura por parte do Itamaraty, no que diz respeito à política de reciprocidade aos cidadãos e turistas espanhóis os quais ousam colocar os pés em nosso país, depois de tudo o que fizeram contra nós, por anos. Isto tudo, em nome da indústria turística local, que “amarga” uma queda de 10% nas vendas de pacotes de viagens para cá; um país seriamente afetado pela crise de 2008, com mais de 22% de desempregados, com a maior divida pública de toda a União Européia, totalizando 80% do próprio PIB, e com o maior percentual de redução nos níveis de consumo e renda de toda aquela região.

Será que, economicamente, compensa investir em um mercado cuja força sequer sabe lidar com a força da gravidade nos dias de hoje, que ruma o caminho da desgraça? E quanto ao sentimento de nação e cidadania que nem por hora ele respeita? A questão aqui é diplomacia, questão indiscutivelmente de maior importância do que mercado e opinião (sempre do contra).

Deveríamos, mesmo, abrir nossas pernas, feito uma prostituta barata, que se doa a um pobre coitado o qual, sequer, paga as próprias contas? Não caberia a mim o louvor desta resposta, já que não sou especialista em abrir pernas. Diferente desses apresentadores de radio a que me refiro aqui, que se vendem por tão pouco, alfinetam a vós mesmos com a emissão de tanta opinião pobre, com pouco conhecimento de causa ou discernimento crítico, NÃO.

Até porque, também não me vendo a politico, nem alio-me a grupo de postura suspeita.

Que sejam prostitutas, porém, nunca, uma prostituta brasileira. Mas, pelo bem da democracia, faço-lhes o favor de justificar que tudo isto, da parte dessas amostras grátis que se fazem de locutores de radio das nosas manhãs, não passa daquela velha postura ranzinza de ser do contra.

Por: Andesson Amaro Cavalcanti
Em: 03/04/2012
Objetivo: www.LigadosFM.com

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