Parece que o mundo
caminha para ser liderado por influências nada exemplares nos anos
que se seguem e pelas gerações as quais estão por vir. BRICS – grupo formado pelas potencias regionais Brasil, Rússia, Índia, China e a recém incorporada África do Sul
– remete mais a uma BRInCadeira de fim de mundo do
que a uma perspectiva de mudança na polaridade política e na
hegemonia econômica mundial.
Bem diferente destas
emergentes potencias regionais, Japão, Alemanha, França e
Inglaterra, por exemplo, dão uma verdadeira aula de organização e
sincronismo entre economia e desenvolvimento, colocando o crescimento
do PIB a serviço da melhoria nos serviços básicos oferecidos à
população, na propiciação de um ambiente econômico mais
democrático e menos desigual e na amenização das diferenças entre
ricos e pobres. As diferenças existem nestes países, sim, porém,
havemos de concordar que não se compara uma jornada com 35 horas
semanais (a exemplo da França) com a de 44 a qual a maioria dos
assalariados brasileiros tem que se sujeitar.
Os BRICS pecam na
credibilidade de suas instituições – sequer parecem ter
capacidade de proporcionar 'governabilidade' democrática; isto, sem
falar na corrupção e na negligência no serviço público,
instituições de direito frágeis e administrações diretas com
baixa credibilidade junto à população – fatos, estes e outros,
comuns entre os 05 recém promovidos ao posto de potencias globais.
Os países que
concentram a maior quantidade de favelas e áreas urbanas periféricas
em todo o planeta são China, Índia e Brasil, respectivamente; 05% é
o número composto por cidadãos listados entre os mais ricos ou que
concentram 95% da riqueza total produzida em cada nação desta (em
média); saneamento básico, serviço de saúde e segurança pública
e educação não estão no forte destes Estados, estando avaliados
abaixo da média dos 50 países mais ricos.
A China, por exemplo,
produziu 40 milhões de milionários nos últimos 10 anos, resultado
consequente de acumuladas altas que variaram entre 08 e 12% de
crescimento do PIB no período; mas, estamos falando de um país com
mais de 1,3 bilhões de habitantes, cujo qual, somente agora em 2011
foi que sua população urbana ultrapassou a rural, em termos
absolutos, em 1% (51% da população chinesa, agora, é urbana).
Não é necessário
consultar os relatórios da UNESCO (a fonte dos dados até aqui
comentados) para tomar conhecimento de causa destas informações.
Basta respirar a realidade de cada uma dessas nações, com as
maiores manchas de poluição atmosférica e fluvial e índices de
desmatamento que passam da casa dos 20%. Trânsito caótico, péssimas
condições de deslocamento urbano, transportes públicos com
problemas de superlotação e vias públicas ineficientes no
escoamento de veículos, são apenas alguns buracos que o crescimento
econômico não conseguiu tapar até hoje...
O metrô de São Paulo,
para que se tenha ideia, percorre o equivalente a 76 Km de linha
férrea em toda a sua região metropolitana, enquanto que o ideal
avança a casa dos 400 Km; não se verifica qualquer registro de rio
não poluído em NENHUMA cidade com mais de 500 mil habitantes de
quaisquer um dos 05 BRICS; a massa de CO2 que encobre a
faixa entre Xangai e Pequim tem um diâmetro equivalente à distância
entre os estados da Paraíba e do Acre, sendo uma das regiões mais
poluídas do mundo.
Ora, isto é pouco, se mencionados os mais de 100 Km de engarrafamento urbano-rodoviário, as redes de abastecimento de água 'potável' entupidas de nitrato e cloro e os amontoados de lixo e resíduos esgotados a céu aberto que se acumulam nos seus perímetros urbanos...
Enquanto milhões de
pessoas tiverem que se sujeitar à miséria, a impunidade usufruir de
cadeira privilegiada na gestão pública, jornalistas e
oposicionistas forem perseguidos e assassinados e a negligência
sobre o interesse público tomar partido nas decisões políticas
daqueles que são MUITO bem pagos para servir à população, ser um
BRICS é ter MUITO, MUITO pouco o que comemorar.
Por: Andesson Amaro Cavalcanti
Em: 24/04/2012
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