Nem todas os problemas do insucesso de uma causa estão no produto final que concebemos na forma de nossas criações. Em muitas ocasiões, elas são verdadeiras obras primas, que atendem aos anseios de um
determinado público; a questão está em como o criador de tal obra
lida com a mesma e leva ao seu destino. Assim como a manipula, o modo
como a torna público, para que público leva e, sobretudo, como a
trabalha para ser ainda melhor aos olhos de quem vê.
O papo hoje é de
Administrador para público. É que estive verificando nestes últimos
dias casos de sucesso e de fracassos em torno da criação de
produtos, de obras de arte e até de promoção pessoal. Artistas,
atores, músicos, escritores, compositores, criadores, inventores,
gestores, todos, têm algo em comum: o estado da arte! Ou a coisa de
criar condições, conquistar público, avançar, crescer, atingir
metas, objetivos ou abocanhar resultados.
Nada é descartável ou apenas isto. Sempre é possível encontrar usabilidade
naquilo que se acredita ser obsoleto. Na indústria de veículos, por
exemplo, apesar das inovações, as melhores matrizes do mercado são
aquelas com lá seus 30 anos de lançamento. É o caso da FIAT, da
Wolks, que baseiam a produção de seus veículos mais vendidos na
mecânica de matrizes de carros lançadas ainda no início da
década de 1980, aproveitados, por sua vez, de uma linha ainda mais antiga, para
aquela época. É o caso do Uno (pai de edições, como Palio e Punto, nos dias de hoje) e Gol (a base da pirâmide das charmosas edições do Polo e Golf), isto, sem falar nas Peruas, Pick Ups e até Sedãs!
A propósito, ninguém
há de discutir que estes dois são os carros mais vendidos do país,
mais baratos e fáceis de manter. O mesmo não o é diferente na
indústria da informática. Os melhores processadores da atualidade
são, na verdade, réplicas “melhor utilizadas” de processadores
antes já consolidados. Os tops de linha da Intel, Core i3, i5 e i7
são, na verdade, Cores 2 Duo ou Quadcores turbinados com
processadores gráficos melhores do que os disponibilizados anos
antes do lançamento daqueles... A propósito, há milagres
acontecendo com Dual Cores e até uma experiência, já antiga, da
Info, a qual mostra a capacidade do Pentium 4 atingir mais de 5Ghz de
frequência em um processador de um só núcleo (através de Overclock).
O mundo dos games... Ah,
o mundo dos games! A minha área favorita em termos de comparação e
referência. Quem não lembra da disputa histórica entre SEGA e
Nintendo na década de 1990, que tomava conta de todas as prateleiras
de games e videogames com os recursos avançadíssimos da época em
processadores de 16 BIT? Quem tem a memória boa, lembrará de que o
Mega Drive, da SEGA, apesar de obsoleto 02 anos frente ao seu rival,
o Super Nintendo, conseguiu disputar no mercado em pé de igualdade, fazendo uso
das mesmas tecnologias e quebrando paradigmas, os quais sempre
repensavam seu conceito em relação a gráficos, som e
interatividade.
A Nintendo, a melhor
sucedida franquia de games da história, sabe como ninguém fazer uso
inteligente das tecnologias e de seus produtos, ainda que a opinião
pública os qualifique como obsoletos. Durante quase 05 anos, ela
liderou o mercado da ultima geração com seus processadores mega ultrapassados, muito
atrás, em termos de processamento, de seus rivais e com poucas
distinções, se comparado aos produtos da geração anterior. E o que
ela fez?
Simples: inovou na
jogabilidade, aproveitou melhor os recursos ainda disponíveis da 6ª
geração de videogames e fez uso do baixo custo da tecnologia não
somente para aumentar lucros, mas, para tornar seu produto mais
competitivo em uma época em que as TVs de CRT (o antigo tubo de
imagem) ainda predominavam nos lares dos mais hardcore dos gamers –
já que somente em telas de LCD e alta definição é que se pode
distinguir com significado as imagens entre um Nintendo Wii e um Xbox
360.
O resto está no fato
de a Nintendo ter fechado no positivo no fim das duas gerações
anteriores, mesmo não sendo líder de mercado, ter aberto seu capital
na Nasdaq e ter sabido como ninguém diversificar seu mercado,
conseguindo atender do vovô à mamãe e ao mais hardcore entendedor
de RPGs e games de plataforma. Quando as oportunidades melhor abriram-se para Sony e Microsoft, com o barateamento das tecnologias avançadas nos últimos 02 anos, a mesma Nintendo se viu em melhores condições aproveitar com eficiência o momento das TVs de LED com mega imagem de definição e
baixo preço final ao consumidor. Resta à ela lançar o sucessor daquele
Game Cube 1.5, que perdura há 11 anos no mercado, e dar mais um de seus shows.
Sabe, com estes e mais
outros exemplos, na minha vida pessoal e, sobretudo, profissional, tenho aprendido uma coisa, talvez, das mais importantes: o Mundo não é
daqueles com as melhores condições e os melhores atributos os quais
lhes permitem inventar coisas novas, mas, dos que sabem fazer o
melhor uso possível de suas invenções!
Por: Andesson Amaro Cavalcanti
Em: 29/05/2012
Objetivo: www.LigadosFM.com
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