13ª Criticando Cinema: “A vida de todo mundo é como uma longa calçada. Algumas são bem pavimentadas, outras... Têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro”.

Olá pessoal o Criticando Cinema de hoje vai falar do filme “Mary e Max: Uma amizade diferente” que é uma Animação Stop motion dirigida por Adam Elliot e com as vozes de Philip Seymour Hoffman, Toni Collette e Eric Bana.


Sinopse: Mary Daisy Dinkle é uma menina solitária de oito anos, que vive em Melbourne, na Austrália. Max Jerry Horovitz tem 44 anos e vive em Nova York. Obeso e também solitário, ele tem Síndrome de Asperger. Mesmo com tamanha distância e a diferença de idade existente entre eles, Mary e Max desenvolvem uma forte amizade, que transcorre de acordo com os altos e baixos da vida.



Enredo: O filme é uma história de amizade entre duas pessoas muito diferentes: Mary Dinkle, uma menina gordinha e solitária, de oito anos, que vive nos subúrbios de Melbourne, e Max Horovitz, um homem de 44 anos, obeso e judeu que vive com Síndrome de Asperger no caos de Nova York. Alcançando 20 anos e 2 continentes, a amizade de Mary e Max sobrevive muito além dos altos e baixos da vida. Mary e Max é viagem que explora a amizade, o autismo, o alcoolismo, de onde vêm os bebês, a obesidade, a cleptomania, a diferença sexual, a confiança, diferenças religiosas e muito mais.



Resenha: Sabe aqueles filmes que você não dá nada e depois ele te surpreende? Pois é, Mary e Max é uma dessas agradáveis surpresas que o cinema nos reserva. Mary e Max é um filme é baseado em fatos reais, sobre a amizade entre uma menina Australiana de 8 anos e um Nova Yorkino de 44. Ela é gordinha, desajeitada, muito curiosa; sua mãe é uma alcoólatra depressiva e seu pai trabalha numa fábrica de pregar cordões nos saquinhos de chá.


Ele é um senhor que sofre da Síndrome de Asperger, recluso em sua casa, seus pensamentos lógicos e seu vício em cachorro quente de chocolate. Ambos são cheios de pensamentos filosóficos sobre a vida, que só diferenciam-se pela diferença etária. Quem nunca fez as perguntas de Mary quando criança? Quem nunca teve pensamentos de tangência com a teoria de Max, em algum momento da vida? Inicialmente, é possível pensar que trata-se de uma animação com histórias engraçadinha e clichê, mas o que se vê é um drama cômico envolto por diversas camadas, que se mostram aos poucos para o público e impressiona pela densidade do roteiro e pelos rumos inesperados que história toma.

Apesar de ser uma animação, o filme é destinado a adultos, ou, no mínimo a adolescentes, já que trata de temas sérios como solidão, preconceito e religião. O próprio assunto da primeira carta enviada por Mary ao desconhecido Max era “De onde vêm os bebês?”. A animação tem como principal fonte de humor a complementação imagem-narração. A graça vém da irônica controvérsia entre o que é mostrado e o que é falado.

O filme critica a falta de contato em que as pessoas vivem, mostrando os vícios e as fobias dos personagens, não só dos protagonistas como também dos coadjuvantes, como a mãe e o vizinho de Mary; a vizinha e os cidadãos que Max observa. Assuntos atuais são abordados no filme, como bullying, aceitação de si mesmo, busca pela perfeição estética, intolerância, fobias, Síndrome de Asperger e privacidade. Embora a história de uma amizade atípica por correspondência possa parecer ultrapassada, está mais presente que nunca nesses tempos em que todos estão conectados o tempo todo, mas, no fundo, continuam sendo tão solitários quanto antes.

Uma coisa que é legal no filme é que a Mary “vê” tudo em tons marrons, enquanto Max “vê” tudo em preto-e-branco. O que acontece quando as duas visões de mundo se encontram é tristonho, mas profundo e muito bonito. Se a animação se mostra muito depressiva ao menos não deixa de mostrar com isto o quanto a força de uma amizade é verdadeira e nos completa até mesmo nas distância e nas maiores adversidades. Então eu recomendo “Mary e Max”, pois ele é simples, sincero e emocionante. E para finalizar o Criticando Cinema de hoje eu deixo o trailer do filme para vocês.



Por: Anderson Ricardo
Em: 24/08/2012
Objetivo: LigadosFM

Comentários

sil disse…
Adoro essa animação!!! E por que esse "Apesar de ser uma animação"??? Tem animação direcionada pra criança que os adultos assistem, como tem outras várias animações em que fica bem claro que o direcionamento é totalmente e exclusivo para um adulto! Digo isso porque compreendo que as crianças não seriam capazes de interagir com o discurso, a parte verbal da animação então passaria despercebida, diferente da parte visual. Aí eles viajam, né, mas não estão aptas a compreender a complexidade da coisa ainda. Comento isso porque adoooooro animação, quadrinhos e acho válido pontuar.
Adorei a crítica (só porque foi a favor kkk), faço minhas suas palavras!!!