Um pleito sem qualquer proposta de geração de
emprego ou que venha sanar as necessidades imediatas do mercado de
trabalho, esta é a cara da campanha eleitoral municipal deste ano.
NENHUM candidato a prefeito coloca para seus eleitores propostas
inovadoras, ademais, daquelas que todo mundo sabe que não vai mudar
muita coisa (talvez, a foto do prefeito nas paredes das repartições
públicas dos órgãos municipais); aquelas as quais não trarão
qualquer significado para a sua gestão e para a sua cidade.
Serão mais 4 anos de mais do mesmo, desta mesmice
que faz da nossa Natal uma bela cidade do litoral nordestino e
recolhida à sua insignificância... O agosto da alegria inovou não
somente com a sua contraproposta de levar cultura para o público e
para quem quiser, porém, se assistidas os detalhes as propagandas
que passam na TV (e que divulgam o evento), é possível ver que a
AGN e o BNB estão oferecendo crédito para grupos artísticos que
necessitam recursos (como acontece com micros ou pequenos
empresários).
Não estou dizendo que isto se trata de uma
inovação da administração direta estadual, mas, assim como os
grandes grupos tornaram-se grandes com inovações históricas nas
políticas de crédito e de relacionamento com os bancos e
instituições financeiras, um pedacinho da sociedade, da camada mais
popular, mesmo, tal qual nossos homens de frente da cultura, poderão
finalmente beneficiarem-se de um inovação das nossas instituições
e ter seu lugar ao sol.
Na corrida eleitoral municipal deste ano, um ou
outro vereador traz uma proposta maior do que uma simples
distribuição de botijões de gás para o povão do Passo da Pátria.
“Prouni Municipal” e “Incubadora de Cooperativas” são
algumas propostas de um dos candidatos os quais buscam atender a uma
demanda crescente da cidade por desempenho econômico, mão-de-obra
qualificada e estímulos à geração de empregos e ao
empreendedorismo. Isto, sim!
Falar em reestruturar a saúde ou ampliar o número
de escolas cai tão vago quanto prometer enviar 01 salário mínimo
pelos correios para cada família pobre.
A SAMU e o Bolsa Família são programas do
governo federal! Cabe às prefeituras única e exclusivamente
garantir o funcionamento sadio e pleno destes e de outros programas
(nada mais do que o óbvio e obrigação). A propósito, falar em
programa social como objetivo central de governo é tratar a
população como um coluio de idiotas incapazes de progredirem na
escala das (des)igualdades sociais... É como se a grande maioria dos
eleitores fizesse parte de uma sociedade de castas, ‘estamentada’
a ter que aceitar o fardo da imobilidade social, sair da pobreza e ir
direto para a classe média ou assistir ao desmoronamento completo de
sua riqueza e ter que ir parar dentro de um barraco de um morro.
Vivemos em uma democracia, em uma potencia global
com moral econômica internacional. O que o povo brasileiro
necessita, em cada uma das mais de 5 mil cidades, seja aqui em Natal,
seja em Bolpebra, é de emprego e renda; de trabalho; de ter acesso à
riqueza que se reproduz aos montes neste Brasil bola da vez do mundo
em crise afora; de indústrias, empresas e de um ambiente favorável
ao investimento e ao empreendedorismo. De gente disposta a pagar
salários e de mais gente ainda preparadas a recebê-los.
O que vemos daqueles que se propõem a administrar
nossos interesses nas câmaras municipais é um discurso social de
baixo fundamento. A renda do trabalhador aqui em Natal está
encolhendo, indústrias e matrizes estão indo embora daqui e o
trabalhador está ficando ao “Deus dará”. E ainda por cima, há
parlamentares (vereadores da nossa câmara, mesmo) que abrem o bico
para culpar, vergonhosamente, o governo do estado com o seus 25% de
ICMS (estados vizinhos, como a Paraíba, cobram 12% sobre a atividade
econômica lá vigente)... A culpa também é dele, sim! Mas, um bom
prefeito não se exime desta obrigação (a de gerar renda e
proporcionar ambiente economicamente favorável para seus
habitantes).
Um prefeito decente não teria permitido grandes
indústrias saírem da cidade e deixarem o legado de mais de 20 mil
desempregados. São famílias inteiras sem sustento, ‘oportunados’
quase que única e exclusivamente à violência como saída para
matara fome; trabalhadores sujeitos a congelamento salarial e à
queda da renda e um exército cada vez mais crescente de
desempregados ou descontentes com o mercado de trabalho local. Isto é
a Natal de hoje...
Porque nem candidato que se aliou com gente da
elite empresarial da cidade desprendeu-se desse discurso pífio de
muita solidariedade com pouca economia. Acho que sequer sabe ele o
que é economia solidária... Quer saber? Isto está parecendo
arrumadinho para manter as coisas do jeito em que estão, ruins,
porém, ótimo para poucos.
Por: Andesson Amaro Cavalcanti
Em: 28/08/2012
Objetivo: www.LigadosFM.com
Confira a ultima coluna Mundo Cão: 37º Mundo Cão - Gosto se discute, sim!
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