42º Mundo Cão - #ErrarÉoMano Natalense

O povo natalense pede pressa. Mais de 60% do eleitorado que vota no município do Natal tem baixo nível de escolaridade; 39% não têm o ensino fundamental completo e 22% não concluiu o ensino médio. Restam-nos pouco menos do que 40% de esperanças para que a democracia não somente se consolide, mas, mostre seus resultados benéficos para a sociedade (natalense, neste caso).

É sabido que a coisa de 50% do eleitorado de Natal reside nas áreas periféricas, loteamentos, favelas e subúrbios da cidade. Mais do que 50% do eleitorado da capital potiguar é capaz de decidir uma eleição ainda no primeiro turno.

Enganam-se as pessoas que acreditam em uma eleição resolvida ainda no primeiro turno e que o líder das pesquisas de intenção de voto é quem levará o pleito deste ano. Em 2010, a corrida para governador do Rio Grande do Norte foi decidida em primeiro turno, conquistada por um candidato nada bem colocado nas pesquisas. Carlos Eduardo, atual candidato a prefeito de Natal, foi candidato a governador do RN em 2010 e as pesquisas lá encomendadas davam-lhes o monstruoso resultado maior do que 60% das intenções de voto. Amargou 12% e sequer conseguiu levar a corrida para o segundo turno...

Na corrida atual, suas intenções beiram a casa dos 50%, ainda que algumas pesquisas mostrem sua colocação abaixo dos 48 pontos. No início da campanha, o próprio candidato esbaldava-se com números superiores aos 60 pontos tão almejados por qualquer candidato em início de corrida eleitoral, porém, vem caindo não somente nas pesquisas, mas, no gosto do público usuário das redes sociais.

Sim, a classe média natalense! Boa parte das postagens e dos compartilhamentos sobre política e corrida eleitoral do Facebook e do Twitter não somente se queixa da própria gestão do Carlos Eduardo, como a mostra a conclusão errônea do natalense quanto ao senso de qualidade que se estabeleceu nesta cidade no “pós - Micarla de Sousa”. A Gestão da atual prefeita de Natal foi tão ruim, tão apagada e tão infeliz, que criou-se uma certa nostalgia quanto à administração do ex-prefeito Carlos Eduardo. Acontece que o próprio natalense, agora injuriado com tudo o que se procedeu em sua cidade de 2009 para cá, parece ter esquecido (não dos escândalos envolvendo o referido ex-prefeito) de suas próprias conclusões quanto ao seu atual queridinho candidato lá no final da gestão dele, ainda em 2008...

Há quem acredite que essas conclusões todas serão a matéria-prima que fabricará a decisão do eleitor natalense no pleito deste ano? Sim! Todavia, está enganado quem acredita na veracidade dos números dessas pesquisas.

Pesquisa eleitoral não entra em periferia, em favela, em subúrbio. Vai, sim, aos shoppings centers, aos centros comerciais, às paradas de ônibus da zona sul e até aos estacionamentos. Os números aí expostos revelam as intenções de voto da classe média e não necessariamente da homogeneidade natalense nas urnas. A classe média está revoltada, sim, tal qual a zona sul, os universitários e a massa um pouco mais intelectual da cidade.

Menos da metade dos menos de 40% dos eleitores com algum grau de instrução considerável no papel. Isto, porque uma massa significativa desses eleitores formou-se na 3ª pior rede pública de ensino básico do país. Ou seja, além dos menos de 40% dos eleitores com o mínimo de instrução adequada, ainda temos que aprender a lidar com esta verdadeira falácia da gestão pública natalense e potiguar, a qual se enraizou por anos no tendão de aquiles do povo que aqui vive.

Isto se reflete na qualidade dos vereadores, deputados e administradores diretos que têm se elegido nos últimos anos. A década de 2000 foi verdadeiramente jogada no lixo e, se, por ventura, esta foi a intenção de gente como a candidata à vice-prefeita na chapa de Carlos Eduardo ou de algum de seus aliados, havemos de concluir que eles trabalharam muito bem!

A competência é total, da parte dos nossos gestores públicos de fazerem tudo o que mantenha a integridade de sua permanência nos mais altos cargos públicos da Unidade Federativa do Rio Grande do Norte. Tão competentes, que, ainda que os resultados nas urnas divirjam dos que são mostrados pelas pesquisas, realizadas pelas consultorias em estatística, somente podemos ter o luxo da certeza de uma coisa: erraremos, novamente, nas nossas escolhas.

BETHELL, Leslie (org). Brasil: fardo do passado, promessa do futuro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

Por: Andesson Amaro Cavalcanti
Em: 25/09/2012

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