10ª História Mal Contada: O Homem da Máscara de Ferro


Saudações amantes da história. Como vocês têm passado por esses dias? Depois de enfrentar uma onda revolucionária, posso dizer que ninguém é completamente de ferro. Preciso da uma pausa para descansar. Já estou sentado, e espero que todos vocês já estejam sentados, principalmente depois do fato que eu presenciei quando correia dos aposentos da fortaleza da Bastilha.
Enquanto os gritos externos da fortaleza me assustavam, peguei um último pãozinho e coloquei no bolso, na esperança de garantir alguma refeição depois daquilo. Eu sabia que a coisa não poderia acabar bem, afinal, o oficial saiu da sala me mandando fugir, pegando uma arma, e caminhando para cima da fortaleza. A construção era complicada de orienta-se, principalmente pelo mal cheiro. E tendo apenas entrado nela uma vez, não recordava direito o caminho. Tive que tomar um caminho pela descida da torre oeste, que me levou mais baixo do que eu esperava. Cheguei numa espécie de calabouço. Era obscuro, e comecei a andar lentamente, tateando com as pontas dos dedos das mãos e dos pés, a busca de alguma luz. Até que tropessei em algo que rastejava pelo chão, caindo quase face ao chão, algo me segurou. Meus pés tinha esbarrados numa gigante corrente que se estendia pelo chão como uma forma de grande corrente. Mas, o mistérioso foi a pessoa que me segurou minha roupa, por trás de mim, impedindo minha queda face ao chão.
-Tome cuidado, vossa pessoa magoou alguma parte de seu corpo? – Minha surpresa de ouvir tamanha formalidade numa fala entoada, foi maior a de ser segurado para não cair no chão.
-Muito obrigado, eu estou bem. – Disse ao nobre companheiro, já me reerguendo, earrumando minha roupa.
-Que bom. O carcereiro mandou você trazer minha comida hoje? Chegou em boa hora, já estou com vontade de aplacar a voz do meu estomago, o que temos de bom para hoje senhor? – disse o estranho senhor, já sentando numa pequena, mas organizada mesa que tinha no canto da parede, com algumas velas. Lá comecei a tentar ver sua face. Sentava de maneira muito elegante, que transbordava uma nobreza sublime em seus movimentos. Seu rosto era obscurecido por uma terrível máscara de ferro que ele usava.
-Desculpe-me, cheguei aqui porque estou perdido. Trouxe apenas esse pão. Mas está novo, acabei de pegar da mesa do oficial. – Disse para ele enquanto entregava colocando minha única possibilidade de alimentação para os próximos dias. Perdi tudo numa rápida fração de segundos.
-Certo... – Ele pausou por alguns instantes para refletir. – Suba as escadas e tome a terceira saida para direita, vai encontrar um portão central. Lá você conseguirar obter uma saída pela lateral.
-Muito obrigado, nobre senhor. – Quando dava as costas e inicava minha retirada, ele repentinamente me fez uma pergunta estranha:
-A revolução começou certo?
- Creio que sim, a população toda está vindo em direção até aqui...
-Raios – me interrompeu ele com uma fala agressiva, enquanto golpeava a mesa. – Isso significa que não verei o maldito Luis XIV, ele já morreu.
- Como assim? Você está preso aqui desde quando?
- Desde 1669, fiquei preso por 34 anos. Se estamos conversando agora, significa que em 1703 eu já morri, e até hoje ninguém sabe ao certo minha indentidade. Mas, a especulação do Voltaire pode está até meio certa, achar que sou o ilegítimio irmão mais velho do Luís XIV...

Aproveitei a pausa da fala do estranho ser para sair logo daquele lugar tenebroso. Como já não bastasse conversar com um spectrum mascarado, ainda sem identidade certa, me deixou com ainda mais calafrios. Pegueia  saída da maneira mais rápida possível

Autor: Douglas Cavalheiro
Criação: 15/10/2012
objetivo: www.ligadosfm.com

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