Saudações amantes da história. Como vocês têm
passado por esses dias? Depois de enfrentar uma onda revolucionária, posso
dizer que ninguém é completamente de ferro. Preciso da uma pausa para
descansar. Já estou sentado, e espero que todos vocês já estejam sentados, principalmente
depois do fato que eu presenciei quando correia dos aposentos da fortaleza da
Bastilha.
Enquanto os gritos externos da fortaleza me
assustavam, peguei um último pãozinho e coloquei no bolso, na esperança de
garantir alguma refeição depois daquilo. Eu sabia que a coisa não poderia
acabar bem, afinal, o oficial saiu da sala me mandando fugir, pegando uma arma,
e caminhando para cima da fortaleza. A construção era complicada de orienta-se,
principalmente pelo mal cheiro. E tendo apenas entrado nela uma vez, não
recordava direito o caminho. Tive que tomar um caminho pela descida da torre
oeste, que me levou mais baixo do que eu esperava. Cheguei numa espécie de
calabouço. Era obscuro, e comecei a andar lentamente, tateando com as pontas
dos dedos das mãos e dos pés, a busca de alguma luz. Até que tropessei em algo
que rastejava pelo chão, caindo quase face ao chão, algo me segurou. Meus pés
tinha esbarrados numa gigante corrente que se estendia pelo chão como uma forma
de grande corrente. Mas, o mistérioso foi a pessoa que me segurou minha roupa, por
trás de mim, impedindo minha queda face ao chão.
-Tome cuidado, vossa pessoa magoou alguma parte
de seu corpo? – Minha surpresa de ouvir tamanha formalidade numa fala entoada,
foi maior a de ser segurado para não cair no chão.
-Muito obrigado, eu estou bem. – Disse ao nobre
companheiro, já me reerguendo, earrumando minha roupa.
-Que bom. O carcereiro mandou você trazer minha
comida hoje? Chegou em boa hora, já estou com vontade de aplacar a voz do meu
estomago, o que temos de bom para hoje senhor? – disse o estranho senhor, já
sentando numa pequena, mas organizada mesa que tinha no canto da parede, com
algumas velas. Lá comecei a tentar ver sua face. Sentava de maneira muito
elegante, que transbordava uma nobreza sublime em seus movimentos. Seu rosto
era obscurecido por uma terrível máscara de ferro que ele usava.
-Desculpe-me, cheguei aqui porque estou
perdido. Trouxe apenas esse pão. Mas está novo, acabei de pegar da mesa do
oficial. – Disse para ele enquanto entregava colocando minha única
possibilidade de alimentação para os próximos dias. Perdi tudo numa rápida fração
de segundos.
-Certo... – Ele pausou por alguns instantes
para refletir. – Suba as escadas e tome a terceira saida para direita, vai
encontrar um portão central. Lá você conseguirar obter uma saída pela lateral.
-Muito obrigado, nobre senhor. – Quando dava as
costas e inicava minha retirada, ele repentinamente me fez uma pergunta
estranha:
-A revolução começou certo?
- Creio que sim, a população toda está vindo em
direção até aqui...
-Raios – me interrompeu ele com uma fala
agressiva, enquanto golpeava a mesa. – Isso significa que não verei o maldito
Luis XIV, ele já morreu.
- Como assim? Você está preso aqui desde
quando?
- Desde 1669, fiquei preso por 34 anos. Se
estamos conversando agora, significa que em 1703 eu já morri, e até hoje
ninguém sabe ao certo minha indentidade. Mas, a especulação do Voltaire pode
está até meio certa, achar que sou o ilegítimio irmão mais velho do Luís XIV...
Aproveitei a pausa da fala do estranho ser para
sair logo daquele lugar tenebroso. Como já não bastasse conversar com um
spectrum mascarado, ainda sem identidade certa, me deixou com ainda mais
calafrios. Pegueia saída da maneira mais
rápida possível
Autor: Douglas Cavalheiro
Criação: 15/10/2012
objetivo: www.ligadosfm.com
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