11ª História Mal Contada: O Rei está morto


Saudações amantes da história e das estórias. Nos últimos anos, é detectada uma tendência de declarar as coisas como mortas. Depois de correr do espírito do homem da máscara de ferro da Bastilha, presenciei outro evento um tanto assusatador. Gostarei de compartilhar com todos vocês, portanto, sente-se crianças.
            Quando eu corria para fora da fortaleza, podia ouvir atrás os barulhos das pessoas invadindo e iniciando seus primeiros passos da destruição do antigo monumento. Talvez, num futuro distante, isso venha se tornar um nome de bairro. Porém, o futuro por enquanto não me importa tanto, sobreviver nesses momentos conturbados tem sido o meu maior desafio. Corri por entre as ruelas. Tentando evitar o maior aglomerado de pessoas. Porém, não consegui fugir de uma praça central. Estava lotado de pessoas. Muitos gritava palavras que eram incompressiveis. Somente dava para entender que estavam muito raivosas. Bravas de coléra. Porém, eu não conseguia saber o que era a causa de toda essa confusão. Fui cada vez me aproximando mais, para poder entender o que se passava. Fui, entre os empurrões que as pessoas trocavam, avancei até a parte mais dianteira das fileiras. Até que consegui observar, no centro, o pivor de toda atenção popular.
            Uma gilhotina estava montada. Um homem de cabeça coberta com um capuz preto, conduzia um ser humano amarrado pelas escadas. Todos gritavam e jogavam tudo que viam pela frente no pobre ser que ia sendo conduzido para sua morte. Tomates e pedras voavam. Via por entre suas seroulas que talvez fosse uma especíe de pessoa importante. Porém, agora estava reduzido a nada.
            Ele olhou para o horizonte, como numa tentativa de falar algumas coisas, mas era completamente inaldível sua voz diante a histérica gritaria popular. Abaixaram ele, colocaram sua cabeça presa na madeira que prendia junto com suas mãos. Em segundos, o carrasco soltou o a corda. Estava feito. Um sádico elevou a cabeça do condenado e gritou para a multidão, depois dessas palavras o mundo nunca mais foi o mesmo:  “O Rei está morto! Estamos sem reis para sempre! Vida longa  República!”. Começava o massacre repúblicano no pais dos francos.

Autor: Douglas Cavalheiro
Criação: 28/10/2012
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