Redes sociais, a grande sacada das corporações on line dos
dias de hoje, como Google, Facebook e Yahoo!. No mundo todo, a soma de usuários
de redes sociais ultrapassa em números absolutos a população da China, nação
mais populosa do mundo. Da Terra do Fogo ao norte da Ásia, poucos são os países
do mundo que não registram usuários no mundo das mídias sociais – ou se trata
de uma nação muito pobre, do ponto de vista econômico, ou é uma ditadura
extremista com rígidos controles no acesso à informação e aos meios de
comunicação.
Ter uma conta em um site de relacionamentos não é moda nem
rebeldia! Faz parte da vida, é uma extensão do dia a dia, com direito à
currículum vitae e agenda com os afazeres do dia seguinte. As pessoas, contudo,
é que parecem confundir as coisas... Ingressar em sites de relacionamento é expor-se
ao público e ao ridículo! É a necessidade de manter contato com seus próximos,
desempenhar papeis sociais, exercer influências, emitir ideias e formar opiniões.
É pura Psicologia Social dizer que o homem sente a necessidade em si de ser
útil, de exercer algum tipo de influência e de fazer-se visível no meio em que
vive. As redes sociais proporcionam isto.
Por exemplo, bem diferente do Orkut, o Facebook é um site de
relacionamento com página instantânea (Timeline ou Linha do Tempo), onde tudo o
que um usuário escreve ou compartilha é lido por todos os seus amigos e, tal
qual provavelmente, amigos de amigos. O Orkut definia nichos e tribos e a
notoriedade do usuário se restringia às tribos as quais ele ali se inseria (as
comunidades)! Isto explica o porquê do Facebook ter dado tão certo e o Orkut
ter tomado o rumo que tomou.
Em outras palavras, o Facebook permite que seus usuários
ganhem maior notoriedade e condições de se tornarem referência. Ou seja, o
próprio Facebook é o que é por permitir que seus usuários se exponham mais. Mas
e quanto àqueles que não gostam de se expor, o que estão fazendo com uma conta
na rede social? O que querem emitindo opiniões e formando (pre)conceitos?
No ultimo domingo, o programa Fantástico, da Rede Globo,
exibiu uma reportagem em que um rapaz se passava de vidente e adivinhava toda a
vida de um interessado que lhes procurava para uma consulta. Surpreendia com o
que mostrava saber a respeito do interessado à sua frente, nomes de pessoas, anseios
sociais, profissão, etc., ou seja, o óbvio que todo mundo sabe de alguém ou se
não sabe desconfia... É lógico que isto está na página de relacionamentos de
qualquer pessoa, é possível identificar tudo isto no seu cadastro, de forma que
todos vejam!
Vem cá! O que isto tem a ver? O lugar de uma pessoa que não
quer se expor é qualquer lugar do mundo, menos uma rede social. As pessoas
estão ali para se mostrarem, compartilhar suas conquistas, o que faz, seus
interesses e, até, inserir-se em nova tribos, autopromover-se, conhecer melhor
os outros ao seu redor e permitir a esses outros a mesma coisa sobre si mesmo.
Uma rede social é uma roda de convívio, igual a uma sala de aula, um grupo de
estudos, um escritório. No Facebook, como em qualquer outra rede social, as
pessoas conseguem e perdem seus empregos, conhecem gente nova, inicia namoros,
terminam-nos, faz amizades e inimizades. Um indivíduo que não quer viver este
tipo de experiência, simplesmente, decide não sair de casa ou não fazer uma
conta em uma rede social.
Simples! Agora, por que, ainda assim, essas mesmas pessoas, “reservadas”,
insistem em manter suas contas nesses sites? Não adianta esconder suas
informações, como profissão, status de relacionamento, fotografias ou grau de
parentesco e proximidade com determinadas pessoas de seus perfis. Em algum
momento, isto sairá do controle de qualquer casquinha de ferida da própria publicidade
pessoal. Na verdade, reconhecer em público o seu anseio de manter preservada a
sua privacidade e suas informações pessoais é uma forma de se ganhar pontos no
meio em que se convive. Vivemos em um mundo onde as pessoas valorizam o que é
diferente e destacado do comum comportamento adotado pela maioria das pessoas.
Ser reservado... Melhor! Mostrar-se reservado para os demais,
assim, de forma tão pública, é tão sensato e diferente quanto ter um diploma de
graduação em meio a pedreiros. A sociedade valoriza os alfas e não os betas,
ninguém preza pela companhia ou faz jus às opiniões daqueles que parecem não
ter se encontrado. Pedir respeito à própria privacidade é mostrar estar
decidido a tal, é apresentar-se superior ao que comumente ali naquela timeline
está exposto. Ou seja, é o alfa que não quer se igualar aos betas...
Isto soa como defender seus protegidos, suas crias, seus
dependentes, descendentes e ou até capacidade de plena de defender-se de
qualquer hostilidade exógena. É de gente assim que a sociedade busca incessantemente,
ser isto a qualquer custo. Expor-se desta forma é o lucro que se obtém no
investimento feito no convívio social afora.
As pessoas, na verdade, não buscam a preservação de sua
privacidade. Se prestarmos atenção maior aos detalhes, veremos que na timeline
de alguns usuários estão divulgadas as suas atividades do dia a dia, onde
trabalha e o que tem feito durante a semana, para onde tem ido e onde não
pretende chegar. Com quem, o lugar, a hora, dia, etc. Entregam-se às claras
para seus amigos e às escuras aos próprios olhos...
De verdade, as pessoas buscam, sim, a sensatez e a
inteligência. A Rede Globo, no ultimo domingo, de alguma forma concluiu aos
espectadores o risco de expor-se nas mídias sociais e os benefícios em não
fazê-lo. Melhor, deixou pairando no ar o clima derrotista da grande maioria,
que se expõe e preenche todos os campos do formulário de usuário desses sites.
Soou bonito, venceram os reservados e os demais adotaram o diferente como
verdade.
Por: Andesson Amaro Cavalcanti
Em: 23/10/2012
Objetivo: www.LigadosFM.com
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