2º As Histórias de Nossos Heróis - O Cortador de Línguas Espinhosas

E aqui estamos em mais um "As Histórias de Nossos Heróis", com textos irreverentes e de forma nenhuma ficcionais, apresentando como de fato nossos soldados da marcha para o novo império dos LIGADOS foram encontrados. Aprecie com moderação, e lembre-se, logo virão os próximos! Conheça hoje "O Cortador de Línguas Espinhosas"


Sinopse: 

Reconhecido intergalácticamente como o cortador de línguas espinhosas, Andesson Telinho, ou Decatelo como é mais conhecido, conseguiu sobreviver comigo dos Chiss, criaturas perversas e azuis, assim como de outras presepadas do espaço e depois decidiu se aposentar nas tardes ensolaradas do nordeste brasileiro, onde, como prometi a ele, impera a democracia (ou quase), as mulheres de biquíni e ele pode dar aula nas universidades sobre gestão pública enquanto se prepara para um possível doutorado! Viva a vida fora da garrafa, viva ao #MundoCão!

Mais detalhes:

Essas desventuras sempre me aconteceram, eu, bêbado e eterno, o que é muito diferente de imortal para quem não sabe, sempre me meti em tristes presepadas em busca do gole seguinte...
Presepadas estas que me rechearam de cicatrizes e histórias mal contadas... Mas... Calculando os meus botões, nada foi mais bisonho que o ano 72021, quando eu, após ter roubado a espaçonave de Han Solo em um bar para me divertir e não pagar o ensopado de gubbur feito por jawas da orla exterior, fui interceptado por uma espaçonave IVEKE-397 com aqueles malditos senhores da lei... Ahh aquelas perguntas intermináveis, ahhh aqueles malditos sermões de ordem, esses seres do cão que decidem governar e mandar as galáxias, já não bastava os centuriões romanos no século 9 para abusar? Agora até o espaço tinha dono! Han solo era pequeno perto do problema que estava me metendo ao adentrar na espaçonave do general malvadinho que não se identificou, mas que carregava uma princesa para uma galáxia vizinha, já que teleporte, 90000 anos depois do meu nascimento, não era algo a se pensar! Sei que eu fui preso e obrigado a limpar a cozinha, na esperança de que chegando em terra eu provavelmente seria julgado e morto... Afinal, direitos humanos em um futuro distante, já eram! Mas as coisas sempre podem piorar não é... Eu, pouco acostumado com aquela história de luzes e laser, uma vez que fico animado ao ver Gandalf soltar fogos de artificio de um cajado, resolvi explorar por onde andam os matadores de dragão, o que quer dizer 'quartos dos outros'... E foi saindo da cozinha que percebi que aquelas criaturas Chiss, apesar de parecidas com humanos, eram uma seita maligna de magos azuis e emperiquitados, que queriam um humano, com características humanas, com carne humana, para o seu próximo ritual de oferenda! Oh meu deus! Eu Estava realmente ferrado! Nem o mercenário eu podia requisitar, porque se ele me encontrasse ia querer me matar também! Então, o que escolher? Morte em terra, no espaço ou na nave? Sei que eu fui de quarto em quarto procurando um esconderijo... Mas como abrir as portas? Como entrar? Até que eu vi uma camareira (azul e com pouco mais de dois metros de altura), dessas de hotel, porque isso é super lógico quando as bandejas podem simplesmente ir voando ao encontro daquele que pediu... Voltando a história... De alguma forma, por muita sorte do destino, quando ela abriu a porta, eu a empurrei pra dentro, ela bateu a cabeça e desmaiou ao mesmo tempo que a porta fechou e a princesa acordou! E adivinha!? A princesa não era Chiss, ou seja, ela não deveria estar ali! Ela era humana, de pele humana pelo menos... Quer dizer... Mais ou menos humana, porque humanos não soltam uma língua gigante e com espinhos quando alguém invade o seu quarto... Não, não, eles não fazem isso... E foi o que ela fez! Maldita sorte temerária essa minha de em cada lugar que entro as pessoas tentarem me matar! E ai, o que aconteceu? Eu pulei para o armário dela, e depois para o baú, na medida que os olhos dela ficavam vermelhos e a pele escamosa e eu ziguezagueava, quebrando alguns jarros velhos... O que seria bem simples, se de um vermelho não tivesse saído um liquido rosa que começou a gasificar e depois solidificar, o que na minha imaginação já perturbada pelos últimos acontecimentos sugeria algum outro gigante com tetas endiabradas pronto para me usar de palito de dente e ajudar a outra a me comer, para depois, quando eu já fosse esterco, ser usado em um ritual... Por sorte... Apareceu outro humano, ou quase, com uma tatuagem no pescoço chamada "mundo cão", com um porte médio, meio franzino, moreno, risonho, que mal tinha ideia da chafurdaria que estava se metendo... Acho que ainda hoje ele ainda encontra espinhos para lembrar do dia em que o invoquei!


Obs: Os textos dessa coluna são criados em oficinas textuais sugeridas pelos teóricos Queneau, escritor interessado em pesquisas matemáticas, e Le Lionnais, matemático interessado em literatura, fundadores do grupo OULIPO (oficinas de literatura em potencial), sendo assim, possui regras que restringem e modificam sua estrutura, ambientação e afins, o que pode causar estranhamento dos demais leitores.

Autor: Felipo Bellini     Objetivo: Oficinas de Oulipo para o LigadosFM      Criação: 20/01/2013

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