Saudações, queridos
leitores! Hoje trago para vocês a resenha do livro Presságio –
O Assassinato da Freira Nua, quinta obra de ficção do já
veterano escritor Leonardo Barros, autor de Amor de Yoni (2008),
O Maníaco do Circo (2009), Saúde, Beleza, Prosperidade e
Riqueza (2010) e Solteiro
em Trinta Dias (2011).
O thriller
acompanha Alice, jovem de vinte e seis anos que, atormentada por
constantes visões, acredita ter o dom da clarividência. Em um dos
seus presságios, lhe foram mostrados fatos reveladores sobre um caso
de assassinato, os quais lhe fazem desconfiar que aquele preso como culpado não é o verdadeiro assassino. Buscando revelar a verdade, a
garota se envolve na investigação, embora não recebendo
muita credibilidade e sendo considerada louca.
Com uma narrativa
instigante, conforme vai tendo andamento a solução do mistério, somos forçados a pensar se aquilo que Alice vê é
mesmo verdade ou somente um delírio. Em meio a isso, toques de
comédia e erotismo vão pintando essa trama de mistério cheia de
reviravoltas.
Contando com a sua
experiência enquanto escritor, Leonardo Barros mostra uma maestria
na arte de contar histórias. A cada capítulo, o leitor se vê cada
vez mais envolvido e obcecado pelo final, com um tipo de tensão que
faz com que sintamos exatamente aquilo que sente a protagonista e
fiquemos tão perturbados quanto ela com as situações com as quais
se depara. Podemos sentir na pele o peso de cada descrição
psicológica. O mesmo podemos dizer sobre Sócrates, o cético médico
que também assume o ponto de vista da narração em alguns momentos.
Mas, nos personagens
secundários de Presságio, a sexualidade pode ser dita o seu
principal elemento constituinte, o que em certos momentos parece
limitar-lhes a identidade a esse aspecto e alguns poucos outros que
surgem sem alguma razão justificada. Dessa forma, não se observa
grande profundidade e caráter redondo às personalidades de alguns
coadjuvantes, fazendo com que se tornem caricaturas vivas. Embora
dificulte o processo de identificação do leitor com os personagens,
este não é um ponto em todo negativo, uma vez que contribui para o
humor (embora este seja um tanto nonsense!) ao mesmo tempo que dispensa explicar detalhes irrelevantes ao enredo.
Mas, apesar dessa
relativa superficialidade na caracterização, Presságio um ótimo
romance policial, atendendo a tudo que é essencial ao gênero.
Recorramos aos princípios que G.K. Chesterton considera de suma
importância numa história de detetive: a revelação como motivo da
história, a simplicidade como alma da ação, a familiaridade com o
fato e o culpado, o direito artístico de o culpado estar em cena e a
ideia inicial como anterior à história.
A revelação de fato
está como motivo de Presságio, antes de ser este a confusão.
Afinal, são as visões de Alice que levam ao desenrolar da trama,
não o mistério do assassinato (que é apresentado pela polícia
como resolvido. Assim, há desde o início, a revelação como
motivo. Porém, antes disso há uma confusão que logo desmorona e
perde o poder nos olhos do leitor,
O desenvolvimento da
história revela fatos simples, com motivos não tão obscuros quanto
aqueles à primeira vista apresentados. Um serial killer de freiras?
Oh, não! Há algo muito mais simples por trás de tudo isso, e é
nisso que reside o mérito de Presságio enquanto
thriller.
Os fatos e os culpados
são, desde o início, familiares ao leitor: a protagonista estava na
festa, conhecia a vítima e pôde observar através do presságio
como tudo aconteceu. E o criminoso? Esteve o tempo todo em primeiro
plano, mas não na qualidade de culpado.
Quanto ao quarto
princípio, este está mais do que claramente bem utilizado, como
acima expliquei: o verdadeiro culpado participa da história, é um
velho conhecido sempre ocupado no seu ofício, acima de qualquer
suspeita.
Por último, temos, uma
ideia que toma forma antes da história, isto é, o dom da
clarividência de Alice, que vem como ponto de partida para o
desenvolvimento da história. Se fosse Presságio – O
Assassinato da Freira Nua a mesma história, mas com uma
protagonista sem este dom, certamente não teria o mesmo encanto. O
autor conseguiu, portanto, desenvolver com sucesso a trama ao colocar
esse elemento fantástico num lugar central e imprescindível como
elemento motor.
Tendo, enfim,
satisfeitos todos os critérios acima, alguns plenamente e outros
parcialmente, podemos afirmar que
o livro atinge o seu objetivo enquanto uma narrativa de suspense.
Presságio - O Assassinato da Freira Nua é um livro que merece ser lido por todas aqueles que buscam
histórias repletas de mistério, ação e um tanto de sobrenatural. Que tal dar uma conferida?
Para mais informações sobre o livro, visitem:
Autor: André Rodrigues
| Criação: 03/03/2013 | Objetivo: www.ligadosfm.com
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