29ª Entrevista Literária - Leonam Cunha

Leonam Cunha nasceu em 1995, em Areia Branca, RN. Estudante de Direito na UFRN, reside atualmente na capital do estado. O prodígio autor lançou, com apenas dezessete anos, o livro de poemas "Gênese", que reúne versos maduros e sonoros que tratam desde o cotidiano nordestino aos problemas sociais. 

O autor Leonam Cunha - Foto Divulgação

Ligados: Quem é Leonam Cunha? 

Leonam Cunha: Um baque, esta pergunta - risos. Vamos lá... Nasci em Areia Branca, a 1º de maio de 1995. Estou, hoje, com 17 anos. Meus pais são Manoel Cunha Neto (Souza), formado em Agronomia, e Joseana da Silva Nogueira Cunha, formada em Letras. Moro em Natal e curso Direito na UFRN. Apesar de minha forte criação cristã, não tenho apegos religiosos: valorizo alguns aspectos das religiões e, outros, desprezo. Como antidireitista, posiciono-me contra a resignação e a consciência antissocial. Escrevo como forma de me “saber no mundo” e ser responsável em relação a ele. 

Ligados: Quando começou a tomar gosto pela literatura e com que idade compôs os seus primeiros escritos, visto que a sua primeira obra foi publicada aos dezessete anos de idade? 

Leonam Cunha: Comecei a me interessar de fato por literatura aos 8 ou 9 anos. No começo, lia muitos contos e romances policiais. Dei-me a escrever mais ou menos aos 11 anos, e passei a colecionar vários escritos, sendo que em prosa - os versos me vieram mais tarde. Esses me alcançaram quando da minha aproximação definitiva da música; então, comecei a ler poesia. 

Ligados: “Gênese”, seu livro de estreia, reúne poesias que vai do cotidiano nordestino aos problemas sociais, dispostas em versos maduros e sonoros. Como surgiu a ideia da obra? Poderia nos dar mais detalhes a respeito da mesma? 

Leonam Cunha: Na verdade, não planejava escrever um livro, então não houve “ideia da obra”. Aos 16 anos, notei que já havia escrito vários poemas e decidi juntar alguns. Aqui veio a explosão do momento: observei que aquela reunião de escritos daria um livro e mostrei aos meus pais. Eles ficaram bastante contentes e decidiram correr atrás do pessoal da área para que conseguíssemos publicar. Eu consenti, e o parto se deu. Escrevia versos quando determinado acontecimento me chamava atenção ou sensações me afloravam, seja num despertar crítico ou sentimental. Posso dizer que escrevi de forma livre, sem me ater a grades ou limitações estéticas. Queria algo um pouco ousado e moderno. 

Ligados: Como se sente com a receptividade dos leitores? 

Leonam Cunha: Fantasticamente bem. Penso que isso seja bastante motivador e gratificante. 

Ligados: Qual o melhor momento para criação das suas poesias? 

Leonam Cunha: Nunca parei para observar isso diretamente. Mas sua pergunta me pôs a matutar... Normalmente, eu escrevo quieto, no meu canto, num estado solitário, sem perturbações ao redor. Contudo, há as poesias barulhentas e agoniadas, que tomam melhor rumo se forem escritas no calor do acontecimento, do agudo sentimento, da agonia... 

Ligados: Você conhece outros jovens da sua geração que têm livros publicados no estado? 

Leonam Cunha: Conheço alguns, mas geralmente são um pouco mais velhos. Naturalmente, estou sendo apresentado aos poucos a esses jovens, até porque a cultura em nosso Estado anda de muletas e está numa fila do Walfredo Gurgel, esperando ser atendida, o que faz com que o número de escritores jovens seja ainda mais roto e reduzido. 

Ligados: Qual livro está na sua cabeceira no momento? 

Leonam Cunha: Estou com três – risos. Um romance: Por quem os sinos dobram, de Ernest Hemingway; um sobre misticismo oriental e física: O Tao da Física, de Fritjof Capra; e um de contos e poemas: Grãos, da amiga pernambucana Patricia Tenório. 

Ligados: Como você enxerga o mercado literário potiguar da atualidade? 

Leonam Cunha: É demente, tem alguma patologia seríssima - risos. As pessoas que se interessam por literatura e que acompanham as novidades literárias potiguares são poucas. Daí nós já vemos: a enorme maioria dos escritores acaba por ter que colocar a literatura meio como algo secundário, já que têm de se arranjar de outra forma para alcançar solidez econômica. 

Ligados: E quais os seus planos literários para o futuro? 

Leonam Cunha: Continuarei escrevendo, tentando fazer arte e levar às pessoas. E no que tange a novidades, estou com uma espécie de pré-projeto de livro, também de poesias. Mas, por enquanto, trata-se de algo bem inicial, bem primário. 

Ligados: Considerações finais. 

Leonam Cunha: Agradeço a Thiago Galdino e à Equipe Ligados por haverem me convidado a conceder esta entrevista. Será sempre um prazer contribuir de alguma forma com a cultura. E um último recado: não se descuidem da poesia, não a ponham distante de vocês, que ela completará a lacuna que quiçá exista em seus olhos e corações. Saudações poéticas, sempre!


Autor: Thiago Jefferson - Criação: 19/04/2013 - Objetivo: www.ligadosfm.com

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