11ª Resenha Crítica: Alice no País do Quantum

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Saudações, leitores! Gostam da obra de Lewis Carroll? Gostam de física quântica? Entendem física quântica? Não gostam porque não entendem? Não entendem, mas gostam e gostariam de conhecer melhor? Se responderam "sim" para pelo menos uma dessas perguntas, precisam ler
Alice no País do Quantum, livro de ficção do físico Robert Gilmore. Se não responderam "sim" a nenhuma, só posso pedir que reconsiderem um pouco. A leitura desse livro poderá mudar sua opinião.

A aventura começa com Alice, a personagem principal, assistindo TV completamente entediada. Olha para um exemplar do livro Alice no País das Maravilhas e divaga, desejando que sua vida fosse como a da outra Alice. Ainda se ocupando da sua entediante atividade, viu pontinhos brilhantes dançando em frente ao aparelho, como se a estivessem chamando, foi em direção a eles e logo se viu do tamanho de um elétron, ao redor de vários deles! Daí em diante, Alice vê todo tipo de fenômenos bem particulares do País do Quantum, acompanhada por personagens como os carismáticos (e sempre iguais) elétrons, o Gato de Schrodinger, o Mecânico Clássico e o Mecânico Quântico, a Pequena Sereia, o Patinho Feio e o Corretor de Estados, entre outros. No País do Quantum, uma casa se constrói com operários jogando aleatoriamente tijolos em cima de uma planta, atravessar uma porta é uma simples questão de probabilidade (você pode atravessar a porta ou não, basta que você tente o suficiente) e alguns fatos costumam desencadear outros sem aparente conexão. Tudo parece ser muito louco, mas está muito bem explicado tanto nos diálogos como nas notas explicativas que o autor espalhou no decorrer do livro. Tudo isso sem matematicismo: somente uma equação aparece em toda a obra.

Os dois Mecânicos (o Clássico e o Quântico) são os personagens mais fascinantes: a própria antropomorfização dos princípios da física clássica e da física quântica em contraste. As ações do primeiro são sempre cuidadosas e exatas, obedecendo as leis do mundo que observamos. O segundo, embora igualmente racional, é caótico e as reações do meio às suas ações são absurdas para o mundo clássico. Quando encontramos os personagens pela primeira vez, eles estão jogando sinuca. O Clássico faz uma jogada cuidadosamente calculada e acerta o buraco. O Quântico, ao acertar a bola, parece dispará-la para todas as direções aos mesmo tempo, de forma que era impossível saber por onde havia passado a bola. Ele igualmente conseguiu acertar.

Por onde começar ao falar o quanto me agradou o título? Certamente, adorei a sua forma didática, que faz com que os leigos facilmente compreendam conceitos da física quântica enquanto leem uma boa história ao estilo do Lewis Carroll. Falando no Carroll, certamente ele escreveria algo semelhante se tivesse buscado inspiração na física quântica em vez da linguagem, a lógica e a matemática. Além do aparente nonsense que toma conta da história personagens que retornam, temos desenhos que lembram muito o traço presente nos livros do matemático inglês. Em alguns momentos, o País do Quantum tem estilo tão parecido com o do escritor original de Alice que eu penso seriamente em criar o prêmio de "melhor imitador de Lewis Carroll" só para oferecê-lo a Robert Gilmore.

Pela minha experiência com o livro, digo que é digno o subtítulo "a física quântica ao alcance de todos". Aos dezessete anos, pouco sabendo sobre física quântica, a leitura de Alice no País do Quantum e me foi o suficiente para tirar de letra os principais fundamentos da física quântica e suscitar o interesse por leituras mais profundas sobre o tema. Hoje, tendo já conhecido mais conceitos desse ramo da física, ao reler Alice no País do Quantum eu ainda consigo apreciá-lo. Não mais por estar aprendendo os fundamentos, mas pela trama muito bem elaborada e os interessantíssimos personagens aos quais agora eu posso prestar atenção sem me perder nos conceitos. E, claro, me divertir ainda mais com o mundo que Robert Gilmore criou usando as os fenômenos e criaturas fantásticas do mundo quântico.

Alice no País do Quantum pode ser comprado na Livraria Cultura por R$ 44,90.

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Autor: André Marinho
Criação: 11/02/2012
Objetivo: www.ligadosfm.com

Comentários

Joelma Alves disse…
André,

Li sua resenha e achei o livro bem interessante.
Apesar de não ter gostado de Alice no País das Maravilhas (até hoje me pergunto se a tradução que era horrível ou se tudo é TÃO sem sentido daquele jeito), gosto muito dos temas relacionado a física quântica. Fico pensando em quão maluco será o Gato de Schrodinger...
Obrigada pela dica de leitura!

=)
luisa disse…
"Alice no pais das maravilhas" tb não suscitou em mim nada de especial. O mesmo não aconteceu com " Alice no pais do quantum", que êh fascinante, sob todos os aspectos. Espero que muita gente se maravilhe com ele.