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Justo na data de ontem, 27 de novembro de 2012, deparei-me com uma situação nada agradável, diria até constrangedora. Os preços praticados por uma grande rede de supermercados de Natal estavam pelo menos 200% mais caros do que a média a qual se vê na cidade.
O quilo da maçã, a R$ 4,99, era
um atendado contra os mesmos 01 kg desta fruta, comumente encontrados em outras
redes por R$ 2,39; abacaxi sendo vendido a R$ 3,59 a unidade, enquanto que em
feiras livres o preço desta fruta não passa da casa dos R$ 1,50; o quilo do
presunto de peru light não fatiado por R$ 29,59 (como estampado na foto),
quando o preço normal em redes de supermercado de mesmo porte não passa dos R$
10,00.
O que seria isto? O velho “se
colar, colou”? Isto é comum em boa parte do mercado varejista brasileiro. O
nosso comércio extorque o consumidor com seus preços abusivos e estes últimos o
aceitam dentro de sua naturalidade. É o que acontece com o comércio de veículos
(novos e usados), com o mercado imobiliário e com as grandes promoções do
varejo de eletro e eletrônicos. Em um país onde o preço médio de um carro
popular passa dos R$ 30.000,00 e as pessoas o encaram como a grande graça dos
preços baixos não seria de se estranhar que uma grande rede de supermercados
não adotasse este tipo de postura.
É a lei dos incentivos, colocada
por Steven Levitt e Stephen Dubner. Tanto pessoas como instituições são movidas
por incentivos ambientais, impulsivos ou contextuais. O incentivo a uma pessoa
comum, que trabalha e recebe como recompensa baixos salários, é a natural
motivação a consumir produtos e serviços fora de sua realidade orçamentária quando
estes sofrem deflação. As mesmas pessoas sofrem os efeitos deste paradigma
quando sua renda sobe.
Ou seja, não é o custo de vida
das cidades que sobe primeiro quando a renda média de seus habitantes recebe
impulsos da economia e das políticas distributivas dos governos. Antes disto, o
padrão de vida das pessoas sofre alterações relativas, na qual elas passam a
consumir mais e adquirir mais produtos, contratar novos serviços e ampliar as
unidades de manteiga que estarão sobre sua mesa em seu café da manhã ou em seu
jantar. Com o aumento do padrão de vida das pessoas, passam estas a aceitar,
sem maiores surtos, mudanças drásticas nas políticas de formação de preço das
redes varejistas de sua cidade, seja na compra de carros, seja nos
supermercados.
O principal fator de formação dos
preços dos produtos vendidos no varejo brasileiro não está necessariamente relacionado
ao fator oferta ou as políticas de custo. É a demanda e a ganância pelo lucro.
No “Canal Otário”, no You Tube, há uma infinidade de vídeos que mostram isto,
mas a lógica da formação dos preços dos carros, no país, denuncia esta lógica
rapada. Um carro popular, cujo preço em nossas concessionárias gira em torno de
R$ 32.000,00, se diluídos os impostos e os custos logísticos, tal qual quando
comparado o seu preço com os praticados em países como México e Chile,
principais destinos exportadores para onde vão nossos veículos, aqui fabricados,
apontam que a sobre alta de seus preços não está na interferência do Estado
brasileiro ou no alto custo Brasil. O lucro ultrapassa a casa dos 400%, quando
o aceitável está em 50% sobre a soma de todos os custos e gastos – para este
ramo.
O Black Friday Brazil foi a gota
d’água, mas, ainda não se deu como suficiente. Para algumas pessoas, um carro
popular com motor 1.0 e com apenas alguns componentes opcionais vendido pelo
preço de 32.000,00 está barato (“está bom, bacana, de graça”, tal qual afirma
alguns de peito cheio). As empresas brasileiras têm o costume de
superinflacionar seus preços às vésperas de um grande evento promocional e,
ainda assim, a grande massa de consumidores brasileiros cai de cara e de boca
nesta lógica cara e sínica consumista.
Um Galaxy S3, da Samsung,
smartphone comercializado no Brasil pelo preço médio de R$ 1.799,00, estava
exposto em algumas vitrines on line pelo preço de R$ 1.749,00, com 70% de
desconto; o jogo Halo 4, para Xbox 360, videogame atual da Microsoft, estava
sendo comercializado pelo preço de R$ 179,00, também em algumas lojas na
Internet, rotulado como produto também com 70% de desconto promocional. Quer
dizer então que o Samsung Galaxy S3 é, na verdade, comercializado pelo preço de
R$ 2.448,60, assim como o jogo Halo 4 o é vendido pelo preço de R$ 250,60, quando
a realidade nua e crua de nosso cruel mercado reafirma os seus preços médios
pelas bagatelas de R$ 1.799,00 e R$ 199,00 (preço dos lançamentos mais
esperados para o console da Microsoft, aqui tratado)?
Sinceramente, isto não faz
sentido. E ainda assim, a nossa Black Friday tupiniquim mais do que dobrou os
ganhos das redes varejistas que aqui atuam. Nosso volume de vendas e de
transações aumentou em 117%, rendendo ao mercado de compra e venda um total de
R$ 217 milhões. Em outras palavras, sob toda esta ordeira extorsão, ainda
assim, os brasileiros não mediram esforços em ir às compras.
Enquanto que à minha pessoa, o
Black Friday Brazil se resumiu a dois baratíssimos pares de pilhas
recarregáveis da Rayovac, os quais não exigiram mais do que R$ 19,00 da minha
carteira. Do resto, dos abusivos preços na Rede Extra de Supermercados que me
surpreenderam ontem a noite, da falta de coerência da Black Friday Brazil, dos
impraticáveis preços do comércio de veículos em nosso país e de, anda assim, as
pessoas insistirem em comprar e comprar e comprar, confesso: estou lutando
bravamente para poder compreender.
Por: Andesson Amaro Cavalcanti
Em: 27/11/2012
Objetivo: www.LigadosFM.com
Confira a ultima coluna Mundo
Cão: 50º Mundo Cão – Estamos Falando de Vício
Comentários
e nao é so ingresso não, 200 para estacionar, mais duzentos por uma misera corrida de taxi.etc,etc.
Este mesmo povo besta,paga 400 num ingresso de jogo que custa 40, so para dizer: Eu fui...
Nosso povo, quase que em sua totalidade, é composto por selvagens ignorantes,que como ja foi dito, se encanta por porcarias.
e paga o quanto querem por isto.
Veja o preço do iphone 5(nem 4gs vai ter),tem idiota que vai fazer fila para comprar esta bosta da apple.